Corinthians sofre bloqueios judiciais por dívida com a Penapolense e fica sem quase R$ 3 milhões
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Por Rodrigo Vessoni
O Corinthians sofreu bloqueios judiciais em receitas de televisão e patrocínio por uma dívida com a Penapolense, clube da cidade de Penápolis-SP, oriunda da aquisição do meia-atacante Marlone, em janeiro de 2016. A ação corre na 1ª Vara Cível de São Paulo desde 2017.
O cálculo dos advogados do clube do interior aceito pela Justiça foi de R$ 2.827.323,39 (com o juros do período). Foram bloqueados R$ 2.100.000,00 direto das cotas de televisão junto à Globo e outros R$ 727.323,39 bloqueados por meio de dois dos acordos comerciais do clube (BMG e Hypera S.A).
Com os bloqueios, a Justiça deve encerrar o caso nos próximos dias em relação à parte relativa ao Corinthians. O valor bloqueado, porém, ainda deve ser motivo de muita briga jurídica entre a Penapolense e seus inúmeros credores.
Entenda a dívida
Em janeiro de 2016, o Corinthians adquiriu os direitos federativos e 50% dos direitos econômicos do meia-atacante Marlone por R$ 4.000.000,00. Valor esse que deveria ser quitado da seguinte maneira:
- R$ 500.000,00 no dia 31/12/15;
- R$ 500.000,00 no dia 31/01/16;
- + 20 parcelas de R$ 150.000,00 (março de 2016 a outubro de 2017).
O Corinthians pagou as duas parcelas de R$ 500 mil e nove parcelas de R$ 150 mil, ficando inadimplente das outras 11 parcelas. Com os juros, a dívida com a Penapolense na época estava em R$ 1.698.231,78. Esse foi o valor ajuizado na ação.
Em débito, o Corinthians resolveu fazer um novo acordo para quitação, que também não foi honrado. O processo seguiu seu rito na Justiça, com a incidência de multas, correções e honorários advocatícios.
Depois de idas e vindas, com direito a inúmeros recursos de credores paralelos do clube do interior que atrasaram a ação, a dívida chegou a R$ 2.827.323,39. Valor esse que foi bloqueado das receitas do Corinthians junto à TV Globo, BMG e Hypera S.A, empresas que têm contrato com o clube de Parque São Jorge.
Resumo da compra dos direitos federativos e de metade dos direitos econômicos de Marlone pelo Corinthians
- Valor acordado com a Penapolense - R$ 4 milhões
- Valor honrado na época do acordo - R$ 2,3 milhões
- Valor bloqueado recentemente pela Justiça - R$ 2,8 milhões
- Gasto total da aquisição de Marlone - R$ 5,1 milhões (R$ 2,3 mi + R$ 2,8 mi)
Cruzeiro, Vasco e três empresas
A ação foi iniciada pela Penapolense contra o Corinthians. Após surgirem os primeiros credores do clube do interior, com ações antigas que ainda buscam ressarcimento, três empresas entraram no meio da ação para dizer que a dívida corinthiana não seria com a Penapolense, e sim, com as empresas.
Luis Fernando Assessoria Esportiva Ltda., do empresário Fernando Garcia, GT Sports Assessoria Esportiva Ltda Me, do empresário Thiago Ferro, e Marcus Vinicius Sanchez Secundino (empresário) alegaram que, na ida do jogador do Vasco para o Cruzeiro, desembolsaram mais de R$ 3 milhões ao clube carioca. E que, posteriormente, seriam quitados pelos mineiros.
A Justiça não reconheceu as três empresas como credoras da dívida do Corinthians, mantendo-a ligada à Penapolense. A consequência disso foi que todos os credores da Penapolense passaram a ter acesso ao valor milionário da ação contra o Corinthians em suas respectivas ações. A tendência é de uma longa discussão judicial no interior.
Marlone pelo Corinthians
Em quatro anos de vínculo com o Corinthians (jan/2016 a dez/2019), Marlone disputou 50 jogos e marcou nove gols, um deles candidato ao Prêmio Puskás da Fifa (2016). Durante o período que ficou sob contrato com o Timão, o meia-atacante foi emprestado a Atlético-MG, Sport e Goiás. Neste momento, o jogador de 29 anos atua pelo Brusque, de Santa Catarina.