Técnico do Corinthians relembra conversa sobre Raniele e pedido expresso ao presidente no ex-clube
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Por Victor Godoy, Matheus Quintino, Rodrigo Vessoni e Victor Gomes
Raniele e António Oliveira já se conhecem desde os tempos de Cuiabá
Danilo Fernandes / Meu Timão
Na equipe comandada por António Oliveira, Raniele é a principal peça-chave, sendo responsável por fazer a ligação entre defesa e meio-campo. Essa função é exercida pelo volante desde 2023, quando representavam o Cuiabá. Após o empate sem gols entre Corinthians e Atlético-MG, o treinador esmiuçou a importância tática do camisa 14.
"O Raniele é alguém que eu conheço. No ínicio da temporada, eu virei para o presidente (do Cuiabá), que eu tenho um respeito enorme, e disse ‘presidente, venda todos, menos o Raniele’. E ele foi vender o Raniele. Ainda bem que vendeu", contou, Oliveira, defendendo a versatilidade do comandado.
"Primeiro, sabem qual a posição de origem do Raniele? É zagueiro. ‘Vai tirar um zagueiro e vai por o Raniele de zagueiro?’. Não, o Raniele é zagueiro. E quem conhece minhas equipes no ano passado, sabe que o Raniele chegou a jogar de zagueiro. Portanto, às vezes quando temos uma opinião, temos que fazer uma análise mais abrangente, mais macro", explicou o técnico ainda na Neo Química Arena.
O Meu Timão outro dia relembrou o início da carreira de Raniele. Revelado pela Ferroviária, suas primeiras oportunidades na equipe profissional foram como zagueiro, estendendo a posição secundária nos anos seguintes. Pelo Avaí, onde viveu seu primeiro destaque a nível nacional, atuou predominantemente no sistema defensivo.
No funcionamento do 4-3-3 adotado pelo treinador, Raniele é o primeiro volante. Nos momentos em que a equipe ataca, o camisa 15 compõe o trio do 3-2-5 ao lado dos dois zagueiros. Já nos momentos defensivos, compõe o quinteto do 5-4-1.
"É evidente que dentro da estrutura do 4-3-3, ele é alguém determinante dentro daquele pivô inicial, no controle das duas linhas de 4 e ele sabe muito bem. Se não for o ponto a fazer a linha de cinco, ele sabe muito bem o momento em que tem que entrar dentro da linha. É só observar as dinâmicas, não estou revelando nada, não tem segredos", esmiuçou o treinador.
"As pessoas analisam nossas equipes, portanto os adversários sabem como é que nós defendemos. Quando a bola sai na largura, lateral contra lateral, a cobertura é dos zagueiros, e ele entra lá para dentro para garantir o 2 contra 1. Há mecanismos dentro daquilo que é nossa forma de jogar e ele é determinante nela. Ele é um jogador extremamente competitivo, um jogador de duelo. Não é um construtor nato, mas é alguém que, se der, também o faz", emendou.
Para encerrar, António Oliveira fez questão de valorizar a importância de Raniele para o Cuiabá ainda em 2023. O time do Centro-Oeste encerrou o Brasileiro na 12ª colocação, com 51 pontos, a maior quantidade conquistada na história da equipe - antes, eram os 47 pontos conquistados em 2021.
"Temos outros com mais capacidade (para construir), mas ele também tem outras valências que outros não conseguem dar. É um jogador extremamente competitivo, um jogador determinante dentro da nossa forma de jogar e é alguém que sei, como os outros todos, com muito compromisso, com uma lealdade fantástica. Se hoje estou aqui, devo a ele, aos outros todos também, mas ele foi uma peça fundamental da equipe no ano passado (no Cuiabá) para o campeonato fantástico que eles acabaram por fazer", encerrou o comandante.
